No segundo mês do ano, Santa Catarina vendeu internacionalmente US$ 848,8 milhões de dólares. Isso representa um crescimento de 3,0% em relação a fevereiro de 2023. Segundo o presidente da Facisc, Elson Otto, o crescimento das exportações foi impulsionado pelo crescimento dos principais produtos exportados por Santa Catarina com destaque para o setor alimentício, com o crescimento da carne suína, a recuperação das exportações do setor de madeira e móveis para os EUA, e o aumento na diversificação de parceiros comerciais em diversos setores. “Uma característica de Santa Catarina é essa pluralidade de produtos que exportamos. A grande diversidade na produção industrial, vista em todas as regiões do nosso estado, reforça que Santa Catarina é player mundial em diferentes setores”.
No setor alimentício, destaque para o crescimento das vendas de carne suína. Apesar da queda do fornecimento para a China, o país ampliou mais que o dobro do montante exportado para outros países da Ásia, como Filipinas, Coreia do Sul e Japão. Isso fez o estado exportar o maior montante de carne suína da série histórica para um mês de fevereiro.
A recuperação das exportações dos setores de madeira e móveis para os EUA também foi importante fator para o resultado do mês, que registrou crescimento de 24% ante fevereiro de 2023. O setor de construção estadunidense vem sendo impulsionado, em curto prazo, pela maior procura de casas novas unifamiliares em centros urbanos, que possuem um custo menor e não precisam de reformas significativas.
Nesse mesmo setor, vale também o destaque para o crescimento da diversificação de parceiros comerciais. Em fevereiro, Santa Catarina aumentou as exportações de madeira serrada, por exemplo, para o México, China e Vietnã.
Houve também ampliação das vendas de produtos intensivos em tecnologia, como partes de motor e motores elétricos. Segundo a análise feita pelo Centro de Inteligência e Estratégia da Facisc (CIE), Santa Catarina fortaleceu as relações comerciais com a Europa e ampliou em nove vezes o fornecimento para a Itália, ante fevereiro de 2023 no segmento.
Em relação aos principais parceiros comerciais, os EUA se mantêm na liderança, representando mais de 16% das exportações do estado. Destaque para o crescimento do comércio com o Japão e Filipinas, incentivado pelas vendas de carne suína. No entanto, o estado reduziu em quase 20% o fornecimento de produtos para a China na análise interanual, devido aos efeitos da crise imobiliária e da redução do consumo das famílias no país.
Importações
As importações catarinenses no mês totalizaram US$ 2,5 bilhões, representando o maior montante da série histórica para um mês de fevereiro. Esse crescimento está associado, em primeiro lugar, à continuação das compras de insumos do setor de produtos plásticos, que em 2023 registrou o maior crescimento na produção industrial catarinense.
O setor de embalagens plásticas vem sendo incentivado pelo aumento do fornecimento para outras indústrias do país, devido à manutenção do nível elevado no consumo das famílias de bens não duráveis, como, por exemplo, alimentos e produtos de perfumaria e cosméticos. Em 2023, o comércio atacadista de produtos alimentícios e bebidas, artigos farmacêuticos e de cosméticos registraram crescimento nas vendas acima de 5,0%, e tem perspectivas positivas para 2024.
Destaque também para as compras catarinenses de bens de capital envolvidos na produção industrial, como é o caso das empilhadeiras, impressoras industriais e compressores de ar para frigoríficos. Os efeitos da política de redução na taxa de juros vêm se traduzindo em maior concessão de crédito para as empresas, o que incentiva investimentos e aquisição de novo maquinário.
Além disso, houve crescimento das compras internacionais de insumos da indústria naval oriundos da Alemanha, os motores de pistão e de combustão para embarcações. Em 2021, Santa Catarina expandiu a produção no setor e se tornou líder nacional na produção de embarcações.
Dentre os principais fornecedores do estado, a China mantém liderança absoluta, com 43,6% das importações catarinenses em fevereiro. Na análise interanual, houve crescimento da parceria com o Chile (41%), devido ao maior fornecimento de cobre refinado, e com a Itália (82%), dado o aumento das compras de medicamentos embalados e produtos imunológicos.
Foto: Divulgação / SCPAR Porto de Imbituba
Matéria: Facisc